segunda-feira, 31 de maio de 2010

Motivo

Fosse só procurar um motivo


Continuo no escuro, perdido

E se amar é mesmo abanar o rabo

Então, penso que não há nada errado

Quando abrimos o coração e deixamos

O outro com a vantagem dos planos

Que agora já não são mais segredo

E a ameaça equivale ao medo

De parecer um sonhador idiota

E se sujeitar à soleira da porta

Por qualquer capricho oportunista

Veja bem, essa é uma visão otimista

Pois só quem já amou pode saber

Como é estar totalmente a mercê

Não tenha pressa em querer provar

Esse gosto percorre os lábios, até encontrar

Randomicamente a boca de quem vai ficar.



30/05/2007

Mergulho...

minha alma parece mergulhar


fluido do rio da morte

Hades me vê mergulhar

sua risada fria congela a centelha



preciso aquecer os pés

para afastar da cabeça essa nuvem gelada

que desvanece os bons pensamentos



sinto-me mergulhando...



fundo poço da morte

quando atingirei o fundo?



sinto-me rainha por um dia

e tola pela vida toda

ascendendo ao céu

afundando ao mar



finjo não estar perdida

entre coisas que pensei ter escolhido

finjo satisfação

livre arbítrio???



mergulhando fundo...

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Desejo

Desejo que saias da minha vida,

E quero que saia agora...

Saia se não for meu

Negue que não me quer

Se não quiser pra sempre.



Desejo que vire as costas

E quero que me deixes

Parta se já não fores meu

Negue que gosta de mim

Se não for gostar pra sempre.



É assim que te quero

E é assim que te assumo

Não há o que te prove,

Mas te asseguro

Eu partiria agora

Se não te desejasse pra sempre.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Bem-casado

Porque todas as canções bregas deviam

Levar seu nome no título

Esse sentimento velho e rançoso

Essa dor sem graça que não passa mais...



E todas as canções que falam

De dor de cotovelo, que ridículo!

Essa vontade velha e teimosa

Esse desejo sem graça que não passa mais...



Porque quando olho você e ouço

Violinos como canções velhas

De velhas cantinas italianas

E isso é muito brega!



Esse arrepio que dá é démodé

E ficar de paquerinha já não rola

Achei que você pudesse ver,

Mas ambos concordamos: que cafona!



Eu esperava que você pedisse minha mão

Bolo e champanhe no noivado

Véu, grinalda e uma procissão

Carros cheios de lata, buzinasso

Para celebrar a comunhão.



Mas chuva de arroz é convencional

Demais pra nós dois

E ficamos assim, com essa cara

De assunto pelo meio

Esperando o recheio

Do docinho bem-casado.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

My Last Words - Megadeth


Minha vida está no tempo certo

Mas outra vez meus sentidos estão atrasados

Sinto um poder instável

Mas eu ainda tenho que jogar

Seis por um, são as chances

E, nós temos as maiores apostas

E, mais uma vez

Eu aposto minha vida hoje

Metal altamente polido

O óleo o faz brilhar

Encha a câmara do terror

Sua mente começa a gritar

Sua vida é como um gatilho

Nunca causa problemas até que seja apertada

Agora você abre um sorriso

Enquanto aperta o gatilho



Abaixe a pistola

Agora dê um giro nela

Tão logo pare de girar

Oh não, o jogo começa

Uma maneira odiosa de vingança

Um pouco de um pecado divertido

Carregue outra bala

Agora o segundo round se inicia



Uns resquícios de pólvoras

Umas gramas de chumbo

Um toque no gatilho

Um toque dentro da cabeça

Tome outro drinque, e

Aumente as últimas apostas

Penso em minhas últimas palavras

Talvez elas sejam o que eu preciso dizer



Um estalo vem do martelo

Que não pôde pregar um prego

Sinta aquela fria sensação de perder os sentidos

Ou o vermelho do Inferno grelhando

Uma fração de segundo

Faz você perder, ou talvez ainda

Passar despercebido

E, juntar sua poderosa matança



Acrescente outra bala

O terceiro round começa

Tão logo pare de girar

Oh não, o jogo começa

Por favor, sem essa de

“Eu te devo uma"

em marcadores para a morte

Qualquer um joga? Qualquer um

Qualquer pessoa

Qualquer um joga



Você, você, a próxima vítima

O próximo a morrer

Você, você, a próxima vítima

O próximo a morrer

Você, venha, a próxima vítima

Sua vez de morrer

Você, venha, a próxima vítima

Sua vez de morrer

Versos vagos

Perdi o rumo de novo,




Perdi os passos.



Estou sozinha e agora vejo que sempre estive.



Não tenho mais medo,



Mas ainda sinto dor.



Eu sabia, de alguma forma eu sempre soube...



Que vc não partiu



Apenas nunca chegou.



Passou e nunca veio pra ficar.



De quem é a culpa?



Culpa de que?



Ninguém machucou



Mas todo mundo se feriu.



Por gostar?



Por querer?



Por pensar?



Por viver?



Por sentir?



Por voar?



Não mentir



Nem provar?



O que ficou?



Esse vazio de novo, essas palavras



Que não saciam nem curam?



Essas lágrimas vãs que nunca dizem nada?



Que não transbordam nem calam



O mundo



Nem sempre parece redondo,



E agora me sinto jogada num canto



Longe, longe



Distante de tudo.



E eu me sinto estrangeira



Em ruas que passo todo dia



Visitante do meu lar,



Esporádica em meio ao cotidiano...



Sem ser...



Perdi o rumo, mas não vou parar



Meu caminho é longo...



O sol vai secar essa dor



E aquecer esse frio.

Vilarejo - Marisa Monte

Há um vilarejo ali

Onde areja um vento bom

Na varanda, quem descansa

Vê o horizonte deitar no chão

Pra acalmar o coração

Lá o mundo tem razão

Terra de heróis, lares de mãe

Paraiso se mudou para lá

Por cima das casas, cal

Frutas em qualquer quintal

Peitos fartos, filhos fortes

Sonho semeando o mundo real

Toda gente cabe lá

Palestina, Shangri-lá

Vem andar e voa

Vem andar e voa

Vem andar e voa

Lá o tempo espera

Lá é primavera

Portas e janelas ficam sempre abertas

Pra sorte entrar

Em todas as mesas, pão

Flores enfeitando

Os caminhos, os vestidos, os destinos

E essa canção

Tem um verdadeiro amor

Para quando você for

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Próxima volta

Difícil ouvir vc falar por tanto tempo
De um amor que queria ter sentido

De um amor que queria ter vivido

Você continua com mentiras e desculpas

Um jeito de nunca olhar seu passado

E sentir alguma culpa

E você acha que está

Melhor dessa forma

É fácil me ter pela metade

E dizer que sente muito

Fácil usar e nunca se comprometer

Fácil...

Mas eu vou pegar você

Eu te pego na próxima volta

Vai ser minha vez de dizer

Que “assim estou melhor”

E que tudo que eu sempre quis,

Oh, sinto muito!

Você realmente faz falta!

Você realmente faz diferença!

Não

Não

Não

Não

Não

Areia movediça

Me desculpa se te machuquei
sempre fui da turma
do tudo ou nada, eu sei.
eu ofendi sua mãe
mas tem algo aqui
que vc nunca vai saber
eu não me contento com migalhas,
achei que vc podia ver
as coisas pelo meu lado
mas vc mesmo
se assume mimado
é legal ver como tudo se desmancha
depois de tanta promessa
e tanta confissão
todavia é bom saber
que na primeira vc desconfia
logo de cara, do melhor amigo
posso me sentir segura, agora
que enxerguei que entre nós
só há areia movediça.

Dias Estranhos IV

Dias estranhos

Em que me perco

Entre o seu e o meu

Entre noites e dias

Estranhos, apenas...

Dias estranhos

Em que me confundo

Entre os defeitos seus

E os defeitos meus

Apenas dias e noites estranhos...

Estranhos dias em que

Procuro motivo, um culpado

E são estranhos os dias

Em que encontro você.

Apenas estranhos modos.

Estranhos dias em que

Me culpo por tudo parecer

Tão estranho

Dias e noites estranhos

Seguindo, cotidiano raso

Um mergulho no escuro

Obscuro dia-a-dia previsível

Ou talvez... não seja

Tão previsível assim!

Dias estranhos em que

Me questiono

Como vim parar aqui?

E no fim são só

Estranhos dias.

Dias Estranhos III

Dias estranhos

Em que me lembro de quem fui

Estranhos dias em que me transformo

E sinto a corrosão dos ventos novos

Mudando tudo de lugar

Dias estranhos estes

Em que tento apagar

As mentiras do passado

E escrever uma história diferente

Tento brincar de Deus

E fazer um ser - humano novo

Me modificando,

Modificando meus modos

Nesses estranhos dias...

Dias estranhos nos trazem

A fria brisa do Outono

Em mais um final de Verão...

Estranhos dias de Março que se repetem...

Dias estranhos de uma estranha rotina

A qual eu nunca nunca nunca

Nunca imaginei pra mim

Estranho estranhar tranqüilidade,

Quietude e esperança em mim,

Já que o “novo eu” me faz tão bem!

Estranhas canções no rádio,

Nesses dias estranhos

Me fazem perceber que estou

Ficando velha

Estranhos dias em que envelheço

Mas são apenas dias estranhos...

Dias Estranhos II

Dias Estranhos

Em que me perco de novo

Nas mesmas ruas sujas

Dias estranhos

Em quem me afogo

Nas mesmas mentiras

Apenas dias estranhos...

Dias estranhos

Em que tenho que me adaptar

A novos rostos, novos hábitos...

Dias estranhos

Em que me sinto vazia...

De dias estranhos em dias estranhos

Vou vivendo estranha

Estranhando minha cara

No espelho,

Estranhando não ouvir sua voz

Estranhando o tempo

Por ser tão veloz

Perdida entre duas estranhos

Olhando para um céu estranho

Nem azul nem cinzento

Perdida entre a estranheza

Das muralhas de cimento

Que aprisionam nossas almas

Presa por amarras digitais

Sou só mais uma estranha

Perdida entre

Dias estranhos.

Dias Estranhos

Dias estranhos estes

Que ando catando moedas nos bolsos

Dias estranhos estes

Que erro o caminho de casa

Apenas estranhos dias.

Estranhos caminhos

Que sigo agora

É estranho...

Talvez não o que calculei pra mim...

Talvez uma outra vida...

Dias estranhos em que te procuro

Sem telefonar nem escrever

Dias estranhos os que te esqueci

E também os que me lembro de você

Estranhos modos

Com que essas coisas acontecem

Casa nova... vida nova

Velhas mentiras,

Velhas ilusões

Eu me engano dizendo:

“Tudo bem, ta tudo bem”

Dizendo que são

Dias estranhos

(e talvez nunca mais eu seja

Igual ao que eu era

Antes de tudo)

...Dessa vez...

Poemas e canções

Ainda não me atingiram o peito

Como sempre atingem...

É só questão de tempo,

Eu sei...



Eu sei e já vi esse filme

Always happens like that

Mas dessa vez é diferente

Dessa vez há algo além.



Estou tranqüila, porém ansiosa

Pra descobrir o que é

Eu sei, dessa vez o sabor

Não vai ser tão doce

Mas vai durar um tempão



Os raios de Sol

Que vieram pra ficar

Pra deixar tudo claro

Mas não pra queimar



Vai ser bom dessa vez,

Eu sei...

Não vai ser tão quente

Mas o calor vai

Durar um tempão!



Eu sei, eu soube

Quando olhei você eu sabia

E eu sinto quando te olho.



Gosto de fazer planos

Gosto de me jogar

E agora não sei o que faço

Não dá pra calcular.



Já consultei os astros

Como disse Jorge Ben

Mas nem ligo pro que dizem

Só quero pagar pra ver.



Tudo bem se ficarmos assim

Nada certo, nada fixo

Mas tudo exatamente no lugar

Coração no peito

Cabeça sobre o pescoço


E a gente rolando na grama

Cansando na cama

Fugindo do drama

Que plano sacana

Assoviar chupando cana...

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Equalize!

Às vezes se eu me distraio


Se eu não me vigio um instante

Me transporto pra perto de você

Já vi que não posso ficar tão solta

Me vem logo aquele cheiro

Que passa de você pra mim

Num fluxo perfeito



Enquanto você conversa e me beija

Ao mesmo tempo eu vejo

As suas cores no seu olho, tão de perto

Me balanço devagar

Como quando você me embala

O ritmo rola fácil

Parece que foi ensaiado



E eu acho que eu gosto mesmo de você

Bem do jeito que você é

Eu vou equalizar você

Numa freqüência que só a gente sabe

Eu te transformei nessa canção

Pra poder te gravar em mim



Adoro essa sua cara de sono

E o timbre da sua voz

Que fica me dizendo coisas tão malucas

E que quase me mata de rir

Quando tenta me convencer

Que eu só fiquei aqui

Porque nós dois somos iguais



Até parece que você já tinha

O meu manual de instruções

Porque você decifra os meus sonhos

Porque você sabe o que eu gosto

E porque quando você me abraça

O mundo gira devagar



E o tempo é só meu

E ninguém registra a cena

De repente vira um filme

Todo em câmera lenta

E eu acho que eu gosto mesmo de você

Bem do jeito que você é



Eu vou equalizar você

Numa freqüência que só a gente sabe

Eu te transformei nessa canção

Pra poder te gravar em mim